Programa

 PRAXIS QUE SE ENTRECRUZAM

COLÓQUIO DE TURISMO E PATRIMÓNIO

20 - 21 Outubro de 2012

 Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha

Programa e Resumos das Comunicações

Dia 20 (Sábado)

 

9,00 – Entrega de Documentação

9,30 – Sessão de Abertura

Representante do Exmo. Sr. Diretor-Geral do Património Cultural – Arquiteto Alberto Flávio Lopes

Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha – Dr. Miguel Pombeiro

Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha – Dr. Fernando Freire

Vice-Presidente do Instituto Politécnico de Tomar – Dr. Miguel Pinto dos Santos

Responsável pelo Centro de Pré-História do Instituto Politécnico de Tomar – Doutora Ana Cruz

 

Descerramento da placa de certificação de qualidade HERITY, Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha

 

1º Painel - “Observar, Educar, Divulgar” A Gestão Patrimonial e Turística da Cultura

Moderador – Professor Doutor Luiz Miguel Oosterbeek

 

10,00 – “O longo beijo de Museus e Turismo”, Dr. Luís Raposo - Presidente da Comissão Nacional Portuguesa do ICOM

10,20 – “Acolhimento Virtual no Museu Nacional Ferroviário / Totem Interactivo Wireless Play”, Dr.ª Maria Rita Jardim Pereira - Coordenadora do Museu Nacional Ferroviário

10,40 – “Ecomuseu Municipal do Seixal, duas Décadas de Programas de Iniciativas”, Dr.ª Ana Isabel Apolinário - Técnica Superior/Coordenadora do Serviço Educativo do Ecomuseu do Seixal 

 

11,00 – Pausa para Café

 

11,20 – “Mértola: uma experiência. A cultura como desenvolvimento”, Doutor Cláudio Torres - Diretor do Museu de Mértola

11,40 – “Património, Turismo, Território, Pessoas, Organizações, Ensino Superior Politécnico, Mestrado em Desenvolvimento de Produtos de Turismo Cultural: a criação de conhecimento e o cruzamento das práticas”, Doutor Luís Mota Figueira – IPT, Diretor do Museu Agrícola dos Riachos e Casa-Memorial Humberto Delgado da Brogueira

12,00 – “Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes, no cruzamento entre educar e desenvolver”, Dr.ª Isilda Jana - Coordenadora do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte

12,20 – “Gestão do Património no Museu de Mação: um exemplo de resiliência para superar a crise”, Doutor Luiz Oosterbeek, Mestre Anabela Borralheiro, Mestre Sara Cura, Pedro Cura, Mestre Nelson Almeida - Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado de Mação

12,40 – Debate

 

13,00 – Almoço Livre

 

2º Painel – “Conservar, Gerir, Empreender” Património e Turismo no Poder Local

Moderador – Professor Doutor Luís Mota Figueira

 

14,30 – “O Património como fator de desenvolvimento – o papel dos municípios”, Dr.ª Maria do Céu Albuquerque - Presidente da Câmara Municipal de Abrantes

15,00 - “Turismo Cultural em Vila Nova da Barquinha”, Dr. Fernando Freire - Vereador da Cultura de Vila Nova da Barquinha

15,30“Como colocar o património ao serviço do turismo – O caso de Tomar”, Dr. Carlos Carrão – Presidente da Câmara Municipal de Tomar

16,00 – “Novos Recursos Novos Desafios”, Dr. Vasco Estrela - Vice-Presidente da Câmara Municipal de Mação

 

16,30 – Pausa para Café

 

17,00 – “torresnovas.pt (“Torres Novas ponte para todos”) – estratégia de turismo”, Mestre António Rodrigues - Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas

17,30 – “A gestão Municipal do património no concelho de Ourém”, Dr. José Manuel Alho - Vice-Presidente com pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Ourém

18,00 – “Constância: Patrimónios do passado, e do presente, encadeados com as intenções do futuro”, Dr.ª Manuela Arsénio - Vereadora do Turismo da Câmara Municipal de Constância

18,30 – Debate

 

Descerramento da placa de certificação de qualidade HERITY, Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo

 

 

Dia 21 (Domingo)

 

3º Painel – “O Papel do Turismo Enquanto Factor de Sustentabilidade da Cultura”

Moderador – Dr. Fernando Freire

 

10,00 – “Turismo e Património - A Valorização Económica e Social de um Território”, Dr. Paulo Fonseca - Presidente da Entidade Regional de Turismo de Leiria-Fátima

10,20 – “O Papel das Associações de Desenvolvimento na definição e implementação de uma estratégia para o Turismo Cultural”, Eng.º Jorge Rodrigues - Coordenador da ADIRN - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte

10,40 – “O Turismo pelos caminhos do património Cultural e Natural no Maciço de Sicó”, Doutor Carlos Silva – GPS, Grupo Protecção Sicó

 

11,00 – Pausa para Café

 

11,20 – “Turismo Militar como dinamizador territorial”, Mestre João Pinto Coelho, Doutor Luís Mota Figueira e Doutor Carlos Costa

11,40 – “A Importância Vital das Redes Informais de Cooperação”, Eng.º Rui Anastácio - Casa dos Matos, Alvados

12,00 – “O Turismo Arqueológico em Portugal: dificuldades e potencial”, Mestre Raquel Policarpo e Mestre Inês Ribeiro - Time Travellers

12,20 – “A cultura como produto turístico, marca regional Templários”, Mestre João Fiandeiro Santos - Caminhos da História, Lda

12,40 – Debate

 

13,00 – Almoço Livre

 

4º Painel – “Património e Sociedade: um crer ainda por concretizar”

Moderador – Doutora Ana Cruz

 

14,00 – “Salvaguarda do Património Cultural Imaterial em Portugal (2007-2012): Enquadramentos, Paradigmas e Instrumentos Estratégicos”, Dr. Paulo Costa - Departamento de Património Imaterial

14,30 – “Património, modelação e reconciliação memorial: o caso da Batalha e do seu Mosteiro”, Mestre Pedro Redol - Diretor do Mosteiro da Batalha

15,00 – “A Casa-Estúdio Carlos Relvas: Património e Identidade”, Dr.ª Elsa Lourenço, Dr.ª Cátia Fonseca - Casa-Estúdio Carlos Relvas

15,30 – “O Progresso e a Identidade Cultural”, Mestre Carlos Fidalgo

16,00 – “Os museus locais na formação da cultura de comunidade”, Mestre Ivo Oosterbeek, Dr.ª Sílvia Marques e Doutor Luís Mota Figueira

 

16,30 – Pausa para Café

 

17,00 – “O Museu Municipal de Ourém enquanto projeto partilhado!”, Mestre Ana Saraiva - Diretora do Museu Municipal de Ourém

17,30 – “O Museu da Lourinhã, o GEAL e o Futuro”, Eng.º Hernâni Mergulhão - Presidente [da direção] do Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã - Museu da Lourinhã

18,00 – “Os Centros Ciência Viva e a promoção da cultura científica – o caso do Centro Ciência Viva do Alviela”, Dr.ª Maria de Jesus Fernandes - Diretora Executiva do Centro Ciência Viva do Alviela – Carsoscópio

18,30 – “Nótula acerca da Gruta do Morgado (Tomar) ”, Doutora Ana Cruz, Mestre Ana Graça, Mestre Fátima Almeida e Dr.ª Luísa Almeida – Centro de Pré-História do Instituto Politécnico de Tomar

19,00 – Debate

Sessão de Encerramento

Luís Mota Figueira, Ana Cruz

 

RESUMOS

 

1º Painel - “Observar, Educar, Divulgar” A Gestão Patrimonial e Turística da Cultura

 

O longo beijo de Museus e Turismo

Dr. Luís Raposo* mnarq.luisraposo@imc-ip.pt

Desde sempre, os museus existem para atender os desejos de visitantes e grande parte destes são turistas, reunindo em si um misto de excursionistas e estudiosos. Desde o “grand tour” seiscentista e setecentista até ao “petit tour” oitocentista, ou seja desde Addison ou Gray até Winckelmann ou Goethe, ou ainda de Alexandre de Sousa Holstein até Eça de Queirós.

A questão da relação entre “museus” e “turistas” não está, pois, em saber se deve ou não existir, nem sequer se é boa ou má, porque obviamente tudo o que existe pode ser bom ou mau, conforme o ponto de vista e o momento. Até a morte. A questão está em saber se o beijo, longo, que ambos estão condenados a protagonizar é mais ao estilo da aranha, em que uma das partes desfalece como tempo (podendo o papel da aranha ser desempenhado por qualquer das partes), ou mais ao estilo do príncipe encantado (podendo também os papéis de principie de bela adormecida inverter-se com facilidade).

Nas últimas décadas, na razão directa da invenção do turismo (enquanto actividade económica terciária) e dentro dele do turismo cultural, mais do que do turista cultural (que sempre existiu, bastando para tal recordar os itinerários de Pausânias nas suas “Viagem à Roda da Grécia”), tem crescido a reflexão sobre o tema nos museus. A ponto de hoje existirem museus pensados exclusivamente para o turismo… mais até do que para os turistas.

O Conselho Internacional dos Museus (ICOM) tem estado na vanguarda desta reflexão. Logo depois da aprovação em 1999, pelo ICOMOS, no México, da Carta Internacional sobre o Turismo Cultural, o ICOM promoveu na Bolívia e Peru a sua Carta de Princípios para os

 

Museus e Turismo Cultural, que todavia nunca passou de proposta informal. Mais tarde, em 2007, ICOM e Federação Mundial dos Amigos dos Museus (FMAM) reuniram-se para redigir uma Declaração em prol de um turismo cultural sustentável em todo o mundo. E em 2009, o Dia Internacional dos Museus foi dedicado a este tema, tendo no ICOM Portugal organizado nesse ano as suas VII Jornadas Anuais sob a epígrafe “Museus e Turismo: Antagonistas ou parceiros? Competidores ou colaboradores?”.

Os princípios estabelecidos nos sucessivos momentos reflexivos anteriormente evocados devem constituir a base do porvir, especialmente num momento de crise económica e civilizacional profunda, em que os valores sólidos que alicerçam o “ser museu”, valores acima de tudo cívicos e educativos, estão em risco de ser trocados por lentilhas, ou como se sugere em recente relatório sobre o futuro dos museus americanos, se torna tentador trocar os públicos sedentos de saber (jovens escolares ou turistas, pouco importa),pelos que têm o bolso cheio de dólares, seniores as mais das vezes e convertendo por isso os museus numa nova espécie de “barcos do amor” parados nas docas. Amor sem beijo, já se vê, porque já então se terá perdido a paixão que os fez vir ao mundo.

 * Presidente da Comissão Nacional Portuguesa do ICOM

 

Acolhimento Virtual no Museu Nacional Ferroviário / Totem Interactivo Wireless Play

Dr.ª Maria Rita Jardim Pereira* rpereira@fmnf.pt

O Museu Nacional Ferroviário tem vindo a pesquisar e desenvolver diversas formas de comunicação com os novos e diferentes públicos. Pretende-se criar com os visitantes um relacionamento participativo e dinâmico na construção da história dos caminhos de ferro. Acreditamos que, através da interacção conseguiremos reacção, logo provocaremos diálogo. É nesta dicotomia que alcançaremos a partilha do conhecimento e consequentemente a divulgação do património ferroviário nacional.

Através da observação e participação, queremos ensinar a história dos caminhos de ferro e alertar para a boa e correcta preservação do património a si associado; Divulgar o comboio como meio de transporte amigo do ambiente, bem como incentivar a sua utilização.

Neste sentido, o Serviço Educativo do Museu criou, com a empresa Sistemas de Futuro, uma inovadora forma de acolhimento no museu: Acolhimento virtual, que fará a apresentação da temática dos caminhos de ferro e da própria colecção do Museu, bem como disponibilizará um jogo com comboios em 3D, da colecção do museu, com que os mais novos, e não só, se divertirão a explorar as suas formas e especificações. Este acolhimento será feito pelo Mr. Steam, nosso anfitrião virtual.

Esperamos que brevemente nos visitem e com o Mr. Steam iniciem uma longa e aliciante viagem pelo mundo dos transportes!

* Coordenadora do Museu Nacional Ferroviário

 

Ecomuseu Municipal do Seixal, duas décadas de Programas de Iniciativas

Dr.ª Ana Isabel Apolinário* ecomuseu@cm-seixal.pt

O EMS é uma entidade permanente da estrutura orgânica da Câmara Municipal do Seixal. Ao longo de 30 anos de existência, tem procurado cumprir a sua missão de investigar, conservar, documentar, interpretar, valorizar e difundir testemunhos do homem e da sua relação com o meio, contribuindo para a construção e a transmissão das memórias coletivas e para o desenvolvimento sustentado do território concelhio. Nesse sentido, acompanhando a abertura dos vários espaços museológicos que o caraterizam (núcleos, extensões e embarcações tradicionais), criou um Serviço Educativo que tem procurado satisfazer as necessidades das comunidades, que partilham o seu território, e dos públicos, que durante estes anos têm participado nas inúmeras atividades programadas ou resultado de solicitações externas.

Projetos escolares, ateliês, visitas temáticas, passeios no Tejo, concertos, encontros, seminários e conferências, são algumas das atividades que se realizam regularmente nos núcleos e extensões do EMS, nas embarcações tradicionais e nos núcleos urbanos antigos do concelho. O Serviço Educativo promove atividades para todas as idades, durante os dias úteis e ao fim de semana, adaptando sempre que necessário as suas iniciativas a públicos com necessidades especiais. Para operacionalizar estas atividades organiza, desde 1992, Programas de Iniciativas (PI) anuais, que acompanham o calendário escolar (de Agosto a Setembro do ano seguinte), mas que preveem iniciativas para todos os públicos, num leque diversificado de horários.

Os Programas de Iniciativas integram ainda, nas atividades propostas, contributos de outros serviços municipais, parcerias externas ao município e as datas comemorativas habitualmente celebradas no mundo dos museus, nacional e internacionalmente.

* Técnica Superior/Coordenadora do Serviço Educativo do Ecomuseu do Seixal

 

Mértola: uma experiência. A cultura como desenvolvimento

Doutor Cláudio Torres * torresclaudio@sapo.pt

 Saída do anonimato, a vila de Mértola tem vindo a ser alvo de uma experiencia alongada no tempo, associada ao património cultural. Para a comunidade residente, apesar do despovoamento de todo o interior, os benefícios têm sido evidentes. Os turistas que em número crescente nos visitam têm a agradável surpresa de encontrar múltiplos locais de interesse espalhados pelo interior da povoação e nas suas imediações. Hoje, o turismo  faz parte do presente e do futuro de Mértola.

* Diretor do Museu de Mértola

 

Património, Turismo, Território, Pessoas, Organizações, Ensino Superior Politécnico, Mestrado em Desenvolvimento de Produtos de Turismo Cultural: a criação de conhecimento e o cruzamento das práticas

Doutor Luís Mota Figueira* lmota@ipt.pt

 O processo de desenvolvimento de base territorial implica a concertação de Atores e significa organização institucional Pública e iniciativa Privada, por razões de assertividade e objectivos mas, essencialmente e em tempo de crise financeira, por optimização de recursos escassos e concertação, obrigatória, em nome da sobrevivência. Relacionar o Património com o Turismo é assumir que a apropriação que a actividade comercial relacionada com viagens e estadas nos territórios faz dos ativos e futuros patrimoniais (naturais e culturais), pode constituir-se como oportunidade para uma salvaguarda sustentável daqueles, e fomentar a criatividade que, praticada nos territórios, os qualifica, numa procura de autenticidade e, portanto, de diferenciação (arma fundamental no marketing associado à prática turística).

Os Destinos turísticos são elementos charneira do negócio turístico, integram as pessoas que, entre Residentes e Profissionais alinhados à fileira económica do Turismo e da Cultura neles prestam serviços. Os destinos solicitam Organizações institucionais e empresariais capazes de, na sua Missão, cumprirem com os objectivos do planeamento turístico. Quer a Lei de Bases do Turismo, quer o PENT- Plano Estratégico Nacional do Turismo, integrados na ENDS – Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável e noutros instrumentos reguladores e regulamentadores das actividades turísticas e das que

 

com eles se cruzam, constituem, em sede de Planeamento do Território, um plano de referência, mormente na componente formativa e de desenvolvimento científico e técnico requeridos ao País.

O Instituto Politécnico de Tomar através da sua Escola Superior de Gestão de Tomar e do Curso de Mestrado em Desenvolvimento de Produtos de Turismo Cultural trabalham desde 2008 com um objectivo bem definido: criação de especialistas e de massa crítica que, no Médio Tejo e no País, possam alavancar a mudança de paradigma no Turismo, entretanto operada no mundo global em que vivemos. Assim, a transição de uma forma de fazer-saber, típica da intervenção turística oriunda dos anos 60 e que a partir do final da década de 70 se complementou com a de saber-saber, típica do ensino superior que, por via politécnica ligou, isto é, entrecruzou, as componentes teóricas com as do saber-fazer, está plasmada na evolução da oferta formativa com forte crescimento genérico da década de 80 e que, hoje, se apresenta em fase de amadurecimento e de especialização. Debater estes aspectos e tentar encontrar novas referências é uma oportunidade que deve ser aproveitada por todos nós. As dissertações entretanto surgidas em ambiente IPT e as práticas das unidades curriculares, mostram resultados de grande interesse e representam de criação de valor académico, num quadro de didática e pedagogia do Património e do Turismo apontando vias de eclectismo esclarecido resultante, também ele, do incremento e sustentabilidade interventivas, proporcionados pelas diversas áreas científicas e, com peso específico relevante, das Tecnologias da Informação e Comunicação e suas aplicações multimodais.

* Museu Agrícola dos Riachos e Casa-Memorial Humberto Delgado da Brogueira

 

Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes, no cruzamento entre educar e desenvolver

Dr.ª Isilda Jana* isilda.jana@cm-abrantes.pt

O Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA) assumiu-se, desde o início, como uma instituição polarizadora de fluxos turísticos e culturais no Médio Tejo e, ao mesmo tempo, difusora de um conjunto de bens, serviços e oportunidades para a comunidade envolvente.

Este desafio apoia-se na diversidade e importância das suas coleções, na equipa de investigação interdisciplinar que trabalha desde o lançamento deste projeto, numa obra arquitetónica marcante e na estratégia dos promotores deste projeto. Apesar da conjuntura

 

difícil que o país atravessa colocar algumas dificuldades à concretização deste projeto, o MIAA continua a ser um desafio para Abrantes e para a região.

Esta comunicação propõe-se abordar o MIAA enquanto projeto vocacionado para a promoção do desenvolvimento local, quer como fator de envolvimento e relação com a comunidade, quer como fator de atração de visitantes que irão induzir novas dinâmicas e potenciar as existentes.

* Coordenadora do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes

 

Gestão do Património no Museu de Mação: um exemplo de resiliência para superar a crise

Doutor Luiz Oosterbeek, Mestre Anabela Borralheiro, Mestre Sara Cura, Pedro Cura, Mestre Nelson Almeida* museu@cm-macao.pt

A gestão do património cultural deverá ser dinâmica e orgânica, pensada a uma escala local mas com um impacto regional e supra-regional. O Museu de Arte Pré-Histórica de Mação parte destes pressupostos, entre outros, para definir o seu programa e estratégia de actuação. São diversas as iniciativas educativas e de socialização de conhecimento científico realizadas nos últimos anos (exposições temporárias, projecto Andakatu, circuitos arqueológicos, seminários, espaços de memória e conferências). A educação pela ciência e pelas artes permitiu a implementação destes pressupostos, abrangendo a comunidade local, mas também outras zonas do país e do estrangeiro. A valorização do património cultural regional tem sido realizada positivamente, sendo constante a sua interligação com as iniciativas turísticas, numa perspectiva de gestão integrada do território que resulta de um projecto que ganhou resiliência e que cresce mesmo durante a crise.

* Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado de Mação

 

2º Painel – “Conservar, Gerir, Empreender” Património e Turismo no Poder Local

 

O Património como fator de desenvolvimento – o papel dos municípios

Dr.ª Maria do Céu Albuquerque* presidencia@cm-abrantes.pt

 O turismo cultural é hoje uma grande indústria. Uma realidade a que os municípios não podem ficar alheios. O vasto património herdado tem de ser preservado, valorizado e olhado como um importante fator de desenvolvimento económico dos nossos territórios.

 Este é um grande desafio, que temos vindo a abraçar, estando a ser desenvolvidos um conjunto de projetos que, acreditamos, irão contribuir de modo significativo para colocar Abrantes nas rotas do turismo cultural.

* Presidente da Câmara Municipal de Abrantes

 

Turismo Cultural em Vila Nova da Barquinha

Dr. Fernando Freire* fernando.freire@cm-vnbarquinha.pt

A Cultura constitui um privilegiado âmbito de atuação nas sociedades contemporâneas, potenciador de inovação e de desenvolvimento, capacitador de multímodas sinergias, criatividade e realizações na esfera do aprofundamento da cidadania. Nos tempos que correm as tendências da procura de mercados turísticos/culturais são para aumentar. Tal deve-se a muitas causas: ao aumento do poder de compra que, por sua vez, tende a adicionar o gosto por viajar; ao aumento dos níveis de instrução e cultura que, de igual modo, influenciam a vocação para conhecer novos destinos e culturas; à tendência para o aumento dos tempos de lazer, nomeadamente, por via da antecipação da idade de reforma e da diminuição dos horários de trabalho; ao envelhecimento da população nos países

 

desenvolvidos, favorecendo o desenvolvimento do turismo sénior; serem os turistas cada vez mais exigentes na procura de produtos que garantem uma relação qualidade - preço; ao crescimento da procura da qualidade ambiental e da qualidade de informação; ao crescimento da procura dos destinos que oferecem mais segurança, motivações culturais, de natureza e de desporto, etc.

Os últimos investimentos do Município de Vila Nova da Barquinha, em termos turísticos, estão fundamentados em motivações culturais. A concretização da operação de regeneração urbana da Barquinha envolveu um investimento âncora, a implementação de um Parque de Esculturas Contemporâneas de Almourol (PECA), com a existência de uma coleção fixa de 11 esculturas contemporâneas de referência internacional e nacional (Ângela Ferreira, Carlos Nogueira, Cristina Ataíde, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Xana e Zulmiro de Carvalho) bem como a criação de uma galeria de arte, a edificação de uma residência para artistas e um posto de turismo, etc.

A Fundação EDP é parceiro principal no Mercado das Artes / Parque de Esculturas, onde assumiu e assume a responsabilidade pela orientação técnica, científica e de comissariado.

O Instituto Politécnico de Tomar (IPT) é estabelecimento de ensino integrado do ensino superior público e está especialmente vocacionado para a formação superior e para o desenvolvimento científico nas áreas das artes e do turismo pelo que em parceria com o Município é criado, com efeitos reportados a Outubro de 2012, um Centro de Estudos de Arte Contemporânea (CEAC), em Vila Nova da Barquinha, baseado no ensino e investigação, na formação e promoção das artes que se materializará numa aposta no desenvolvimento sociocultural e económico da região, instituindo-se como uma ferramenta qualificada, tendo em perspetiva o reforço e contínua qualificação das potencialidades do turismo da região.

Interessa desenvolver as condições que permitam a promoção e divulgação cultural tendo em vista a aproximação das populações às linguagens da produção cultural, à escultura contemporânea, bem como à importância da inovação e criatividade no desenvolvimento económico e social do território do Médio Tejo.

A autarquia assume uma missão que tem poucos exemplos mundiais e menos ainda nacionais.

Esperamos transformarmo-nos num destino de atração turístico-cultural nacional.

* Vereador da Cultura de Vila Nova da Barquinha

 

Como colocar o património ao serviço do turismo – O caso de Tomar

Dr. Carlos Carrão * carlos_carrao@hotmail.com

            Herdeira de um património monumental fora do vulgar, Tomar beneficia de condições únicas para o desenvolvimento do turismo baseado no legado histórico. Porém, essa vantagem tem também o seu reverso, agudizado com o declínio industrial de um concelho em que as grandes unidades fabris tiveram um peso crucial no século passado.

Como ultrapassar essas dificuldades, aproximando o Convento de Cristo da cidade e criando novas atratividades, foi o desafio que se colocou na viragem do século.

O Programa Integrado de Valorização Urbana de Tomar e a Rede de Mosteiros Património da Humanidade foram duas âncoras da ligação entre o centro histórico e o conjunto monumental distinguido pela UNESCO. O Festival Estátuas Vivas e o Museu da Levada dois projetos concretos que pegaram em vertentes diversas da herança patrimonial e as transformaram, ou estão em vias de transformar, em motivos de atração.

* Presidente da Câmara Municipal de Tomar

 

 Novos Recursos Novos Desafios

Dr. Vasco Estrela* vasco.estrela@cm-macao.pt

 Os principais recursos turísticos do Concelho de Mação têm como base o seu património natural e ambiental, onde se destacam equipamentos e produtos ligados ao lazer, como a Praia Fluvial de Carvoeiro, Bandeira Azul há sete anos consecutivos e distinguida com a qualidade de Ouro pela Quercus desde há dois. A complementar estas potencialidades está ainda a importante componente histórica sendo este um território marcado pela forte presença de vestígios arqueológicos. O ano 2000 marcou decisivamente uma nova fase na história do Município, com a descoberta das gravuras rupestres no Vale da Ribeira do Ocreza. Foi o início da afirmação do Concelho ao nível científico e cultural e que resultou na criação de um novo núcleo museológico, em colaboração com o IPT e outras entidades nacionais e internacionais, assim como na criação de novos produtos turísticos e novas iniciativas científicas e culturais concretizadas com base neste património arqueológico.  O Instituto Terra Memória, que congrega a comunidade científica de todo o Mundo que estuda o território de Mação e aqui desenvolve intercâmbios culturais, é apenas um dos exemplos do que se tem feito em Mação e uma referência consolidada a nível internacional ao nível da investigação. Mas muitas outras iniciativas e parcerias se têm materializado a partir do trabalho desenvolvido neste Município e replicadas em vários países, nomeadamente no Brasil, através de um interessante intercâmbio cultural.

 

A sensibilidade da Câmara Municipal de Mação para a questão cultural e a definição de estratégias políticas a nível local, devidamente apoiadas a nível nacional e inseridas num consistente contexto internacional – através de programas da União europeia –, têm permitido a este Município do interior atingir outros patamares. Um trabalho que, feito em rede, em união com Municípios vizinhos, fará sobressair toda uma região e daí retirar proveitos que poderão ser decisivos para o futuro.

* Vice-Presidente da Câmara Municipal de Mação

 

torresnovas.pt (“Torres Novas ponte para todos”) – estratégia de turismo

Mestre António Rodrigues* geral@cm-torresnovas.pt

 Na encruzilhada entre Norte e Sul, entre Lisboa e Madrid, Torres Novas é uma ponte natural entre fluxos e actividades humanas de todo o tipo. Como cidade de passagem que é, a aposta na sua capacidade de acolhimento constitui uma prioridade e um desafio maior para as próximas gerações de torrejanos. O programa “Torresnovas.pt” lançou essa nova etapa na vida da cidade, preparando-a para uma vivência sã e partilhada do seu património, hoje preservado e valorizado.

* Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas

 

A gestão Municipal do património no concelho de Ourém

Dr. José Manuel Alho* jose.alho@mail.cm-ourem.pt

 No atual mandato, o Município de Ourém aposta num programa estratégico de estudo, salvaguarda e difusão dos patrimónios natural/ambiental e cultural, através da atuação consertada em duas perspetivas: a intervenção direta em bens patrimoniais com tutela municipal e a participação técnica em patrimónios locais geridos por outras entidades. São disso exemplos o Centro Histórico, a Capela de S. Sebastião, o Parque Natureza do Agroal, ou a capela da Perucha.

Esta intervenção assenta numa base programática consolidada e num modelo de e de gestão sustentável, vocacionado para servir simultaneamente a população residente e os

 

turistas através da implementação de medidas específicas e ajustadas aos tipos de públicos a cativar, com especial enfoque nos turistas-peregrinos de Fátima.

* Vice-Presidente com pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Ourém

 

Constância: Patrimónios do passado, e do presente, encadeados com as intenções do futuro

Dr.ª Manuela Arsénio* manuela.arsenio@cm-constancia.pt

            Constância, afirmou-se como um território que retirou da terra e dos rios a sua subsistência e prosperidade económica. Este pequeno concelho, com três freguesias, dependeu essencialmente da terra, em duas delas, (Santa Margarida da Coutada e Montalvo) e dos rios Tejo e Zêzere, na outra (Constância). O encanto desses recursos naturais foi potenciador de diferentes atividades ligadas aos rios, como por exemplo a construção naval a qual, hoje, constitui um recurso turístico / patrimonial, explorado através do Museu dos Rios e das Artes Marítimas. É este o rumo que se pretende desenvolver com esta comunicação ou seja explorar as memórias e os recursos naturais, numa estratégia de desenvolvimento do território.

* Vereadora do Turismo da Câmara Municipal de Constância

 

3º Painel – “O Papel do Turismo Enquanto Factor de Sustentabilidade da Cultura”

 

Turismo e Património - A Valorização Económica e Social de um Território

Dr. Paulo Fonseca* presidente@mail.cm-ourem.pt

 

Promover e divulgar o património histórico e arquitectónico da nossa terra e da nossa região exige uma congregação de esforços que ouse rasgar fronteiras, quebrar tabus, e percorrer um caminho assente em pilares multidisciplinares do poder local, associativo, económico,

 

cooperativo e humano. O capital humano, é, também, e a par dos restantes, a simples riqueza e o potencial real que a História e os nossos antepassados se encarregaram de deixar ao nosso cuidado.

* Presidente da Entidade Regional de Turismo de Leiria-Fátima

 

O Papel das Associações de Desenvolvimento na definição e implementação de uma estratégia para o Turismo Cultural

Eng.º Jorge Rodrigues* adirn@adirn.pt

- Missão de uma Associação de Desenvolvimento Local

- Abordagem Leader

- Território/ Património

- Turismo Cultural

- Estratégia/ Parcerias/ Redes

- Conclusões

* ADIRN - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte

 

O Turismo pelos caminhos do património Cultural e Natural no Maciço de Sicó

Doutor Carlos Silva* cavsilva@yahoo.com

O Maciço de Sicó, um conjunto de serras/montanhas, planaltos e depressões de litologia cársica, situa-se na região centro litoral e estabelece a transição entre as montanhas da Cordilheira Central (Lousã) e as áreas mais aplanadas a ocidente.

Apesar de ser um território rico em patrimónios, as duras condições de vida, os magros rendimentos da actividade agro-pastoril e a dificuldade em conseguir emprego estável, levaram a um despovoamento acelerado do Maciço, nas últimas décadas.

 

O turismo cultural/natureza perfila-se hoje como uma actividade que pode contribuir não só para as políticas de sustentabilidade económico-social no território, como para a sua divulgação e preservação ambiental.

* GPS - Grupo Protecção Sicó

 

Turismo Militar como dinamizador territorial

Mestre João Pinto Coelho* joao.pinto.coelho@ipt.pt

Doutor Luís Mota Figueira* lmota@ipt.pt

Doutor Carlos Costa* ccosta@ua.pt

Enquadrada num contexto conceptual e de apresentação de novos cenários e paradigmas de índole turística e cultural, a presente comunicação tem como principal objetivo apresentar o Turismo Militar enquanto segmento muito relevante do processo turístico de dinamização territorial. A contextualização desta temática, delimitada em termos territoriais à região de Lisboa e Vale do Tejo e Sub-região do Médio Tejo e, com maior enfoque, no concelho de Vila Nova da Barquinha, contribuirá, pelos métodos de trabalho de investigação já encetada e publicada tanto em ambiente de licenciatura em Gestão Turística e Cultural e em sede de mestrado em Desenvolvimento de Produtos de Turismo Cultural mas, essencialmente pelos sedimentos que a realização do doutoramento em Turismo pela Universidade de Aveiro autorizará, quer em termos científicos e académicos, quer em termos de aplicação prática do conhecimento gerado nesta circunstância, para consolidar o percurso anteriormente descrito e reforçar uma nova dinâmica territorial orientada aos conceitos apresentados. Estes serão disseminados através da apresentação de um conjunto de propostas operacionais que compõem o “Turismo Militar” – produto que, como se demostrou, é passível de ser operacionalizado em moldes a acertar entre promotores institucionais e operadores turísticos. A roteirização, a título de exemplo, e como também já foi apresentada por nós, na investigação/acção que caracterizou o nosso trabalho de dissertação de mestrado, “Turismo Militar como segmento do Turismo Cultural: Memória, Acervos, Expografias e Fruição Turística”, é uma forma de intervenção territorial importantíssima, neste segmento do sector turístico temático, quando devidamente orientada para o desenvolvimento de base territorial, pelo que significa de energia a transmitir à cadeia de valor do turismo e, em particular, à segmentação do Turismo Militar.

 

 

Pretende-se com esta comunicação, através da consolidação dos conceitos apresentados nos domínios da operacionalização turística, apresentar uma proposta de solução turística e cultural integrada, numa perspetiva de desenvolvimento sustentável regional e nacional, fomentadora do Turismo Militar, com base em recursos nacionais de origem histórica, cultural e militar. O debate que tal tipo de intervenção certamente suscitará é, na circunstância deste encontro científico, uma oportunidade para eventual validação de processos, confronto de pontos de vista, experimentação de estruturas para continuidade deste objecto de estudo e, por fim, espaço para clarificação de conceitos, de processos e de produtos de investigação. Este é um outro objectivo desta comunicação que reputamos de fundamental face aos objectivos que, neste domínio temático, tentamos perseguir.

* Técnico Superior Instituto Politécnico de Tomar

* Professor Coordenador Instituto Politécnico de Tomar

* Professor Associado com Agregação da Universidade de Aveiro

 

A Importância Vital das Redes Informais de Cooperação

Eng.º Rui Anastácio* geral@casadosmatos.com

Venda de noites vs venda de dias.

A cultura como factor diferenciador do produto.

A importância da criação de laços afectivos entre os agentes no terreno.

A relação entre agentes públicos e privados.

A inovação em turismo e o orgulho nacional.

* Casa dos Matos, Alvados

 

O Turismo Arqueológico em Portugal: dificuldades e potencial

Mestre Raquel Policarpo e Mestre Inês Ribeiro* geral@timetravellers.pt

A Time Travellers é uma Agência de Animação Turística recente, dedicada ao turismo arqueológico, histórico e cultural. Tendo por base a formação das duas empresárias em Arqueologia, procura desenvolver programas de variadas temáticas que levem os visitantes a descobrir e conhecer o património arqueológico e histórico de Portugal.

Nesta comunicação serão abordadas as dificuldades sentidas durante o processo de criação e concretização deste projecto, quer a nível legislativo e oficial como a um nível mais prático, relativo às condições de manutenção e exploração do potencial património arqueológico português.

Por outro lado, a experiência do 1º ano de funcionamento da Time Travellers servirá como base para identificar alguns pontos de potencialidade que este turismo tem para o património cultural e a forma como estes poderão e deverão continuar a ser desenvolvidos.

* Time Travellers

 

A cultura como produto turístico, marca regional Templários

Mestre João Fiandeiro Santos* joaofiandeiro@caminhosdahistoria.com

O legado e herança cultural presente em qualquer território não deve somente identificar a origem e estatuto desse mesmo espaço, mas também contribuir para o desenvolvimento, posicionamento e incremento socioeconómico. A construção de um produto turístico abrange todos os sectores da economia, envolvendo os diversos stakeholders em objetivos comuns.

            Pretendemos assim, com esta comunicação, tentar demonstrar a importância da cultura na construção de um produto turístico, bem como o turismo ser fundamental para o desenvolvimento da cultura. Sendo o marketing essencial para o sector, os destinos de maior sucesso foram os que aplicaram marcas territoriais homogéneas, identitárias, reconhecidas e desejadas.        

            É incontornável a influência Templária na região, não só com toda a carga histórica, mas também o espirito empreendedor. Mostraremos a importância da marca Templários e como devidamente construída será um dos principais vetores de crescimento económico.

* CEO de Caminhos da História, Lda

 

4º Painel – “Património e Sociedade: um crer ainda por concretizar”

 

Salvaguarda do Património Cultural Imaterial em Portugal (2007-2012):

Enquadramentos, Paradigmas e Instrumentos Estratégicos

Dr. Paulo Costa* paulocosta@imc-ip.pt

A comunicação reflete sobre o processo de conceção e implementação de políticas públicas para a salvaguarda do Património Cultural Imaterial em Portugal, assim como a sua articulação com as políticas e instrumentos para o setor museológico. É conferido destaque ao enquadramento legislativo e à implementação do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial em Portugal, que se constitui, a nível nacional, como a medida central para a salvaguarda e valorização do PCI, sendo igualmente o registo neste inventário condição indispensável para a apresentação de candidaturas de PCI à UNESCO. De igual modo será dada ênfase ao facto de o Inventário Nacional ter constituído uma plataforma aberta, destinada a que, através de um processo bottom-up, as comunidades, grupos e indivíduos aí procedam ao registo e valorização das suas próprias expressões culturais, estratégia que reflete as exigências e as orientações técnicas da UNESCO com vista ao envolvimento dos detentores do PCI no processo do seu inventário.

* Chefe da Divisão do Património Imóvel, Móvel e Imaterial. Direção-Geral do Património Cultural

 

Património, modelação e reconciliação memorial: o caso da Batalha e do seu Mosteiro

Mestre Pedro Redol* predol@igespar.pt

O Mosteiro e, por consequência, a vila da Batalha - que com ele surgiu e ganhou forma - foram objeto de drástica reconfiguração a partir do momento em que, após extinção da comunidade conventual, o edifício passou a ser encarado exclusivamente como monumento à glória dos Portugueses. A esta drástica transformação do edificado e da paisagem, estruturada ao longo de pouco mais de 120 anos, opõe-se uma história ancestral de 450 anos.

A presente comunicação pretende identificar as motivações das transformações ocasionadas na paisagem e apresentar as soluções de reconciliação memorial que têm sido encontradas e implementadas localmente, tanto pelo Estado como pela autarquia.

* Diretor do Mosteiro da Batalha

 

A Casa-Estúdio Carlos Relvas: património e identidade

Mestre Elsa Lourenço* elsa.lourenco@cm-golega.pt

Dr.ª Cátia Fonseca**

A presente comunicação pretende demonstrar a ligação entre as políticas da administração local, as componentes de gestão turístico-cultural, a inovação em turismo, e a própria identidade local com base nos recursos endógenos territoriais, e neste caso específico, o património Casa-Estúdio Carlos Relvas, numa perspetiva de gestão integrada do património, quer a nível local quer regional. Tentaremos, pois, demonstrar o papel do património no desenvolvimento local, a importância que a Comunidade Local e a Sociedade em geral lhe atribui.

* Diretora da Casa-Estúdio Carlos Relvas

** Casa-Estúdio Carlos Relvas

 

O Progresso e a Identidade Cultural

Mestre Carlos Fidalgo* fidalgo.carlos@gmail.com

 

Não raras vezes se nos coloca a já bastante debatida questão entre o progresso e a manutenção da Identidade Cultural.

Não se torna fácil abordar esta temática muito por culpa do que se poderá entender como “progresso” e pela unicidade da Identidade Cultural de uma qualquer comunidade.

No caso que agora se apresenta, a Nazaré representava, por assim dizer, um claro exemplo da luta pela sobrevivência, a união da comunidade piscatória em prol de um objetivo comum, o Mar, onde o espaço cénico renascia dia após dia.

Talvez por isso, a Nazaré foi propagandeada, aquém e além-fronteiras, como um exemplo daquilo que era o sofrimento, a luta pela sobrevivência, a coragem diária de enfrentar o Mar, a morte, e todo um conjunto de premissas que transportavam, para os que a visitavam, esse espaço de vivência transformado numa tela perfeita enquanto produto turístico.

A Nazaré contém, em potência, mil telas de pintores. Telas figurativas ou abstratas, mas em que a cor é o sangue da arte. Realiza, além disso, na vida quotidiana, uma das mais belas criações do povo português. Criação humana moldada pelo mar, mas em que se fundiram as experiências seculares, as velhas tradições, as virtudes mais tenazes e o senso estético das remotas povoações do litoral. As tortuosas ruas estreitas com as casas deslumbrantes de cal e as sacadas em madeira, a graça um tanto levantina do aglomerado, os barcos de proa normanda recurva e alta, as redes de xávega mourisca, os tipos e o vestuário dos homens e das mulheres, a vasta enseada em meia-lua com águas de esmeralda translúcida, vistas do alto do Sítio, tudo concorre para fazer da Nazaré um dos mais belos e originais recantos da costa portuguesa. Um, mas não o único, é bom lembrar.

A natureza, também moldada pelo tempo, deu-lhe um quadro incomparável: a formação da enseada e da praia pelo assoreamento do rio Alcobaça e do porto da Pederneira, povoação hoje remetida às alturas da escarpa.*

Contudo, a evolução contínua que os tempos modernos nos colocaram; os novos desafios, as novas filosofias, que viriam a presidir pós “revolução dos cravos”, teriam como consequência a diminuição, não das necessidades da população em continuar na sua labuta com o mar e com a terra, mas um acelerado processo de adaptação e uma transmutação da identidade social e cultural.

Com a inauguração do porto de pesca, as dificuldades sentidas sofreram grandes alterações. O espaço cénico sofria uma mudança geográfica, a comunidade piscatória desagregava-se e as telas de mil pintores acabariam por sucumbir aos velhos e legítimos anseios de uma comunidade: a segurança de um porto de pesca.

Com esse acontecimento, até aos dias de hoje, a Nazaré não mais viria a recuperar essa imagem, essa palete colorida.

As ruas estreitas foram perdendo a vida, as cores e as pequenas casas foram sendo substituídas por edifícios novos.

Os barcos na praia, as redes estendidas, as mulheres de negro vestidas, os jogos tradicionais, as discussões na rua, não resistiram a essa mudança geográfica dos atores sociais.

O turismo religioso, nomeadamente as peregrinações ao Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, acabaram por deixar de ter a sua “importância” com o aparecimento, divulgação e imposição do Santuário de Fátima.

A agricultura, atividade de extrema importância para a fixação das populações, que serviu de complemento à pesca para a subsistência das comunidades, é residual.

Assim, a Nazaré de agora vive como que uma crise de identidade, social e cultural, apesar das recriações de atividades centenárias, como a Arte Xávega, Etnografia, entre outras.

Tudo isto, na nossa opinião, fruto de um progresso necessário, que não teve a devida atenção às consequências sociais que viriam a traduzir-se numa mutação identitária que ainda não se recuperou.

 

Fonte Bibliográfica

 * CORTESÃO, Jaime. Portugal a Terra e o Homem, Lisboa, 3ª Edição, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 1995, p. 179.

 

Os museus locais na formação da cultura de comunidade

Mestre Ivo Oosterbeek* jms.crimson@gmail.pt

Dr.ª Sílvia Marques** sarouelala@gmail.com

Doutor Luís Mota Figueira*** lmota@ipt.pt

Os museus locais têm, por natureza e política cultural, uma forte inclinação para a constituição de laços com as comunidades onde se instalam.

Esta relação, proporcionada por força da proximidade fisiográfica e geralmente pela implementação destes equipamentos nos habitat de circulação social, pode desencadear processos de formação de culturas autóctones, que suplante as culturas endémicas. Apresentamos duas problemáticas relacionadas com o impacte dos museus locais: uma de carácter político e outra de carácter identitário, ambas focadas nas práticas museológicas e de programação cultural orientadas para o público local.

A primeira, "serão os museus locais equipamentos de educação informal?" procura identificar o tipo de relação que o museu local estabelece com a comunidade, analisando as práticas culturais segundo o tipo e frequência da oferta (economia da cultura), o impacte nos hábitos culturais da comunidade local (identificação de boas práticas museológicas) e a satisfação dos objectivos estratégicos da política museológica de gestão de públicos (política cultural).

A segunda "serão os museus locais construtores de identidades?" procura identificar o impacte da relação estabelecida entre o museu local e a comunidade na formação das identidades culturais locais, analisando o impacte das práticas museológicas na identidade cultural local (antropologia), o impacte da programação cultural na construção dessas identidades (sociologia), e a consciência estratégica sobre o impacte nas identidades (ética deontológica).

* Representante da Empresa Benefits&Profits

** Mestranda em Desenvolvimento de Produtos de Turismo Cultural

*** Professor Coordenador Instituto Politécnico de Tomar

 

O Museu Municipal de Ourém enquanto projeto partilhado!

Mestre Ana Saraiva* ana.saraiva@mail.cm-ourem.pt

A intervenção sobre o Museu Municipal de Ourém propõe-se a refletir sobre o papel dos museus locais enquanto interlocutores entre a comunidade e o território em que se esta movimenta.

Vocacionado para a promoção do desenvolvimento local através da implementação de um programa integrado de salvaguarda, dignificação e promoção dos patrimónios concelhios, o Museu Municipal inscreve a sua atuação num processo - de formação e de fruição dos concidadãos - que se pretende contextualizado e continuamente ajustado às suas necessidades e expetativas.

A partir deste propósito partilhado será feita a leitura do impacto de projetos específicos que vêm sendo construídos para e com este grupo privilegiado de atores.

* Diretora do Museu Municipal de Ourém

 

O Museu da Lourinhã, o GEAL e o Futuro

Eng.º Hernâni Mergulhão* hernani@isel.pt

Aborda-se a fundação e o desenvolvimento do Museu da Lourinhã como realização bem sucedida, e sempre insuficiente, como resultado da ação de uma associação cultural de utilidade pública, o Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã.

Carateriza-se o acervo daquele museu e a importância do trabalho ali realizado, para a cultura, para a ciência, para o aumento da cultura científica, para o turismo e, genericamente, para o desenvolvimento local ancorado em fatores diferenciadores, promotores do prestígio da região e do país.

Perspetiva-se o “crescimento do projeto” que carece essencialmente de novos espaços que permitam incrementar a investigação científica, o conhecimento e a compreensão da história e da evolução da vida no nosso planeta; aumentar a articulação com as instituições do âmbito do ensino superior, científico, escolar e do turismo; potenciar a importância dos bens culturais do Museu, como instrumento que favoreça o desenvolvimento educativo, cultural, económico e social.

* Presidente [da direção] do Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã - Museu da Lourinhã

 

Os Centros Ciência Viva e a promoção da cultura científica – o caso do Centro Ciência Viva do Alviela

Dr.ª Maria de Jesus Fernandes* jesus.fernandes@icnf.pt

 

Os Centros Ciência Viva são espaços interativos de divulgação científica e tecnológica, distribuídos pelo território nacional, funcionando como plataformas de desenvolvimento regional - científico, cultural e económico.

Esta rede de centros, com cerca de 2 dezenas distribuídos por todo o território nacional, incluí instituições/equipamentos como o Pavilhão do Conhecimento, o Visionarium, o Exploratório Infante D. Henrique, o Planetário Calouste Gulbenkian, e outras, de cariz mais local, como o Centro Ciência Viva do Lousal, o Centro Ciência Viva de Porto Moniz ou o Centro Ciência Viva do Alviela.

O Centro Ciência Viva do Alviela - CARSOSCÓPIO, que nos interessa particularmente neste contexto, localiza-se em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), e é um espaço onde a ciência e a tecnologia se aliam para proporcionar aos visitantes a compreensão de acontecimentos naturais fascinantes, da interpretação do meio onde se insere este Centro Ciência Viva.

Espreitar a vida dos morcegos cavernícolas em tempo real, viajar num simulador ao longo de 175 milhões de anos, descer às profundezas da Nascente do Alviela ou compreender numa simulação tridimensional como funciona um dos maiores reservatórios de água do nosso país são algumas das propostas que este centro reserva ao visitante.

O Centro Ciência Viva do Alviela, inaugurado em Dezembro de 2007, recebeu entre essa data e junho de 2011 cerca de 60 000 visitantes, na sua maioria estudantes, mas também de outras tipologias, nacionais e estrangeiros (cerca de 15%), constituindo por si mesmo um equipamento promotor da região e do desenvolvimento local.

O papel dos centros ciência viva na divulgação científica e tecnológica, mas também como promotores de cidadania, da educação e da investigação científica e tecnológica, de que o Carsoscópio é um exemplo, poderão desempenhar um importante nas politicas locais e regionais, em estreita articulação com outros agentes e equipamentos locais e regionais, tenhamos o engenho e a arte para aproveitar e potenciar todas as suas potencialidades.

 * Diretora Executiva do Centro Ciência Viva do Alviela – Carsoscópio

 

Nótula acerca da Gruta do Morgado (Tomar)

Doutora Ana Cruz, Mestre Ana Graça, Mestre Fátima Almeida e Dr.ª Luísa Almeida * cph@ipt.pt

 

A Gruta do Morgado (Tomar) é uma cavidade cársica localizada num profundo meandro do rio Nabão que revelou dois núcleos de tumulação colectiva. A primeira intervenção teve lugar em 1988 no âmbito do projecto de investigação “Neolitização do Vale do Nabão” e revelou no cômputo geral seis indivíduos sepultados. Embora sem datações absolutas dos restos osteológicos desta cavidade, é possível através dos artefactos recolhidos situá-la cronologicamente num período que medeia o neolítico final e o calcolítico inicial.

Esta apresentação é o resultado de uma intervenção arqueológica de emergência uma vez que o sítio foi alvo de vandalização. Os resultados agora apresentados são apenas preliminares uma vez que ainda nos encontramos em campanha de escavação.

 * Centro de Pré-História do Instituto Politécnico de Tomar